quarta-feira, 8 de junho de 2011

Lucky



O despertador tocou. Por entre a pequena abertura da cortina, ela pode sentir o calor e a luminosidade morna do sol. Levantou-se, sentou-se na beira da cama. Em meio aos fleches de memória que começavam lentamente a transcorrer em sua cabeça, lembrou-se que havia, na noite passada, cometido um erro. Um terrível erro. Tentou afastar esses pensamentos e dirigiu-se ao banheiro. Lentamente retirou sua camisola de cetim branco com dourado e deixou com que a água fria a acordasse. Passou a mão pelo seu corpo, absorta em seus pensamentos... Ela sabia que havia cometido um erro muito grave, do qual ela não conseguia se lembrar.
  Vestiu-se, com um vestido leve branco e brincos de prata. Certamente, aquilo não fazia parte da sua rotina. Trancou a casa, passou a guia em seu cachorro que a muito a acompanhava com o olhar. Saiu de casa acompanhada por seu melhor amigo, segurando sua coleira na sua mão direita, e levando consigo por baixo de seus braços um livro de capa surrada de que ela tanto gostava. Caminhou sentido a brisa leve do vento. Olhou para o céu, límpido e azul, imenso como o problema que teria de enfrentar logo. Ao longe, avistou a macieira que suportou seu peso e foi cenário de muitas brincadeiras de sua infância. Recostou-se em seu tronco, firme.  Lucky, seu cachorro, sabia que havia algo errado, mas não teimou em deitar ao lado de sua amiga de que tanto amava. Ela abriu o livro e começou a lê-lo. Sua agradável leitura a acalmava. E permaneceu ali, longe, tentando amenizar a dor os problemas e o sofrimento. Lucky não a abandonou, e os dois permaneceram ali, sentido o perfume das flores, sem saber ao certo, o que a esperava.

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